Você está aqui: Home > Leituras > Textos e Artigos > Astrologia e Psicanálise Seção de Textos e Artigos Astrologia
e Psicanálise Existe uma relação entre
astrologia e psicanálise que pode ser percebida sob um enfoque
transdisciplinar a partir dos trabalhos recentes de Edgar Morin e
Basarab Nicolescu e do monumental trabalho em epistemologia de Paul
Feyerabend. Estes autores em destaque fundamentam um novo paradigma
para a vida contemporânea em um mundo que padece de
violência e sofrimento excessivos, inúteis e
evitáveis, quando a tecnocracia já faliu, quando o estado
já faliu. O Estado enquanto instituição que deve
resguardar a vida, o corpo e a propriedade é uma
instituição quebrada, falida. Um novo mundo deve ser
contruído por cada pessoa. A transdisciplinariedade permite que
possamos perceber que na tradição astrológica o
inconsciente está escrito nos mapas astrológicos,
sobretudo no mapa natal, mandala repleta de simbolismo renovado a cada
interpretação sobretudo se este simbolismo é
trabalhado pelo consulente, elaborado ao longo de toda uma vida. Quero
ressaltar que a confecção dos mapas é feita
atualmente por computador. É tarefa do astrólogo a
interpretação. Esta hermenêutica deve estar cercada
de cuidado, de inteligência técnica e ética para
evitar-se o que muito me preocupa no cenário astrológico
e esotérico atual: as falácias lógicas e os
silogismos enganadores. Nesta direção pode-se afirmar que
para a jovem e centenária tradição
psicanalítica o inconsciente está inscrito no sujeito. O
psicanalista, como o astrólogo, acollhe a pessoa e interpreta os
sintomas facilitando, a meu ver, que o desejo prossiga desejando
desejar. Esta psicanálse não abarca as
contribuições de Jung uma vez que admite um
indivíduo que é sujeito e assujeitado ao desejo
inconsciente. Este inconsciente está estruturado como linguagem
mas não é a linguagem. Apoia-se em palavras e imagens mas
está além delas. Não é um lugar. Não
é um tempo. O trabalho psicanalítico também
envolve um compromisso interno do paciente que tem esta tarefa de
elaborar a dimensão inconsciente de sua vida. Ambos,
astrólogo e psicanalista, estão nesta dimensão na
qual o livre-arbítrio e o destino se encontram,
livre-arbítrio que não é livre e destino que
não é fatal. permitindo e oportunizando este afrouxamento
que permite a mobilidade do sujeito entre o mundo celestial e o mundo
interior, esta mobilidade entre dois mundos que constituem aspectos de
um mundo único. Lembro incessantemente Protágoras quando
afirma que o homem, o humano, é a medida de todas as coisas. As
coisas, no campo epistemológico, se referem a todo objeto de
conhecimento. Se é possível o conhecimento do mundo
é possível construir o mundo. Parece-me que a tarefa
contemporânea é a de fundar novo paradigma sempre renovado
pelo movimento deste mundo, buscando o que o conhecimento possibilita:
a sabedoria. Paul Feyerabend escreveu sua obra central de epistemologia intitulando-a "Contra o Método", onde se posiciona diferentemente de Thomas Kuhn e Karl Popper propondo uma epistemologia anarquista, uma epistemologia humanista. Envio o leitor a sua última obra, na minha opinão a mais importante: "Diálogo sobre el Método" onde escreve de maneira dialogal sobre três temas centrais: medicina, astrologia e epistemologia enlaçando estas três palavras e assim abrindo a possibilididade de um novo paradigma, a possibilidade de se viver melhor, com mais amor e alegria. Retomarei vários temas deste artigo em outros textos que escrevi e escrevo neste fundamental imperativo contemporâneo de cada pessoa ser responsável por este mundo mas longe, muito longe das puerilidades fáceis e prontas. O esoterismo e o exoterismo necessitam de perturbação, de movimento, de vitalização. Texto enviado por: Publicado neste site em 22/03/2007 Publique
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